O evangelho do Reino
Seguir a Deus nem sempre é fácil como gostaríamos que fosse. Parece um ensinamento quase óbvio quando nos é dito tantas vezes em diferentes pregações ou quando lemos a Bíblia e ela nos fala sobre carregarmos nossa própria cruz. O fato é que nós sabemos desde o início, teoricamente, que andar com Deus nem sempre seria fácil e prazeroso de acordo com nossos próprios padrões.
Desde a minha conversão, desde o momento que decidi aceitar e conhecer Jesus, essa verdade martelava em minha mente, e eu a achava – e ainda acho – linda, realmente gostava de tudo isso. Gostava de todo esse lado sacrificial e profundo que a Palavra nos apresenta: sermos escolhidos por Deus, renunciarmos nossos prazeres mundanos em busca de agradar ao Senhor e conhecê-lo, suprir a fome espiritual com algo real e transcendente e achar contentamento na vontade suprema dAquele que nos criou.
Mas houve um momento que as coisas não eram mais como antes, um momento em que toda a emoção não sustentava mais e eu entendi o significado real da palavra renúncia e de por que foi tão difícil para o jovem rico abandonar seu tesouro (Marcos 10.17-22). A renúncia não se tratava mais de deixar para trás coisas que já não eram mais importantes para mim, agora era sobre coisas que eu amava, coisas que Deus mesmo havia me dado, coisas que eu tinha um apego tão grande quanto o jovem possuía por seu dinheiro, coisas que eu idolatrava e por isso não podia mais tê-las.
E onde quero chegar com todo este relato? Seguir a Deus também pode ser difícil. Eu sei, você já ouviu isso antes, todos nós já ouvimos. E por que estou falando novamente? Porque eu também sabia, até que essa realidade começou a fazer parte da minha vida e todas as pregações sobre “o-que-fazer-quando-seguir-a-Deus-fica-difícil” sumiram da minha mente e o que restou foi um imenso deserto e duas escolhas: abandonar ou lutar.
E acho que a lição mais importante que eu tirei, e tenho tirado, de tudo isso, é que o amor de Deus, todos os seus aspectos e quem Ele é, são coisas que vão muito além de qualquer coisa que se passe na nossa cabeça. Depois de tantos momentos lindos e felizes na companhia do Senhor, nunca O conheci tão bem quanto nos momentos onde a dor invadiu minha rotina e fui obrigada a desconstruir todos os conceitos prontos de quem Ele era na minha mente.
Uma música que se fez, e faz presente em tudo isso é uma chamada “Letting Go” da cantora Steffany Gretzinger, traduzida em português como “Para ti eu vou” pela banda Central 3. É uma letra profunda e vulnerável, que expressa muito bem esses momentos de luta na caminhada com Deus. Somos levados pelo Senhor ao fim de nós mesmos, nossos “aleluias” mais fervorosos cessam, o medo toma conta do nosso peito e as mentiras gritam dentro da nossa mente. Mas Ele tem esse poder único, de nos desfazer para que sejamos refeitos pelo seu amor, de nos dar uma nova canção e silenciar todas essas vozes que gritam ao nosso redor.
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