Em algum momento da vida, você provavelmente já passou por alguma sala de espera. Talvez foi esperando para falar com alguém ou em algum consultório médico; ou até esperando notícias de alguém querido em algum hospital. O fato é tu sabe a sensação e o sentimento que são gerados na sala de espera. Às vezes, ela é hostil: pessoas diferentes esperando pelas mesmas coisas, sem conversar, sem se olhar.

O silêncio pode tomar conta do espaço e talvez o sentimento de solidão e desespero cheguem logo. O relógio parece parado e há dificuldade em entender como você foi parar ali. A verdade é que a vida está cheia de salas de espera e em algumas, é o próprio Deus que nos coloca. De uma estação para outra, nosso coração precisa de tratamento. Mesmo tendo conhecido a Cristo, as mudanças em nossa vida não são automáticas: Elas levam toda vida. Parecer-se com Jesus não é como em um estalar de dedos, mas todas as situações contribuem para que Seu caráter seja formado em nós.

E aí eu te pergunto: O que podem ser essas salas de espera? Muitas coisas. Para cada pessoa, ela assume uma forma diferente. E tendo um ótimo exemplo na Bíblia, podemos pensar em Habacuque. Ele ouviu de Deus que a Babilônia seria vitoriosa sobre Judá e isso não o deixou nada contente. Habacuque questionou, abriu os ouvidos para escutar a resposta do Senhor e permaneceu com fé enquanto esperava. Mesmo que não entendesse aquilo tudo e orasse junto ao Senhor pelo povo, a resposta de Deus não atendeu às expectativas de Habacuque. O amor do Todo Poderoso por Judá não havia mudado, mas seu povo precisava de correção. E como aprendemos com o profeta!

No final do livro, percebemos claramente que Deus não mudou seus planos, mas o Habacuque do início do livro não era o mesmo do final. Ele termina o relato com uma esperança, que certamente foi produzida no tempo em que passava com Deus. O segredo aqui é pedir ao Senhor que sonde nosso coração. Por vezes, nossa “sala de espera” é a promoção que não chega, a dificuldade de passar no vestibular; é o desejo de ter filhos e não conseguir. Ainda, pode ser aquela ferida na alma que é difícil de curar ou até mesmo a perda de alguém importante.

Ser cristão não nos isenta de momentos desafiadores. Mas nesses tempos, a certeza que temos é que Ele está conosco, mesmo que não O vejamos ou sentimos. Nosso coração é idólatra e arrogante. Na maior parte das vezes, o que desejamos são coisas boas. O problema é que colocamos essas coisas no lugar que é Deus – e porque Ele nos ama tanto, sabe que as “coisas boas” no lugar errado podem ser a causa da nossa destruição. A correção é necessária. Mas vale ressaltar que as salas de espera nem sempre advém disso. Os motivos são variados, mas nossa posição deve ser a mesma: Olhar para o Senhor e confiar à Ele o que temos de mais precioso. Habacuque sabia quem era Deus. Aquele que é bondoso e justo não deixaria de cumprir suas promessas, e o povo não pereceria para sempre. Nessas “salas de espera”, o Senhor quer nos encontrar. Ele quer curar nosso coração e colocar os propósitos e prioridades no lugar correto. Acredita, a espera não é pra te matar;

Deus tá produzindo algo lindo nesse tempo, mas você precisa olhar para Ele. Maior que o problema é Jesus. E eu sei que isso parece frase de efeito, mas é verdade. Enquanto desviamos nossos olhos das situações que nos são pesadas e olhamos para o Senhor, Ele vai transformando nosso coração e nos levando do caminho de desespero à esperança.

Não é fácil e frequentemente dói, mas lindas pérolas vem desses momentos, além da uma fé madura e que se apoia em quem Deus é – e não no que sentimos. Texto baseado no livro “A Sala de Espera de Deus”, de Lisânias Moura. (Recomendo altamente a leitura!)

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